quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Há um ano, esporte foi incluído na rotina de treinamentos de força do batalhão.
Bope vai dar palestras de motivação para jogadores da seleção de rúgbi.

Batalhão de Operações Especiais da PM, o Bope, pretende montar um time de rúgbi - esporte jogado com os pés e com as mãos que se assemelha ao futebol americano - para disputar campeonato carioca de rúgbi e diversificar a sua rotina de treinamentos.

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Na última quarta-feira (13), o Bope fechou uma parceria com a Associação Brasileira de Rugby (ABR) para que a seleção nacional dê consultoria técnica e tática para o futuro time do batalhão.

Em troca, policiais vão se encarregar de dar aulas de motivação e de ‘resistência mental’ aos jogadores da equipe nacional, que, segundo o técnico Pierre Paparemborde, precisam se fortalecer psicologicamente para conquistar a inédita classificação para o mundial.

O preparador físico do Bope, Jorge Otero, ainda precisa de autorizações do governo estadual para levar o projeto de montar um time adiante, mas já faz planos. Ele pretende selecionar cerca de 150 homens para se revezarem entre os 25 jogadores – reservas e titulares – necessários para formar o time.

Foto: Alice Assumpção / G1
Alice Assumpção / G1
Policiais treinam toque de bola. (Foto: Alice Assumpção / G1)

“Vamos precisar treinar muita gente para não prejudicar as operações. Nossa tarefa é proteger a população, não jogar rúgbi”, explica ele.

Comandante deve ser técnico

Segundo Otero, o esporte foi incorporado à bateria de exercícios dos ‘caveiras’ há cerca de um ano, por incentivo do comandante Pinheiro Neto, que é apaixonado pelo esporte e pode até assumir a posição de técnico da futura equipe.

A inspiração vem dos trabalhos das forças policiais inglesas e francesas que têm o rúgbi entre os exercícios da rotina de treinamento. Segundo Otero, que leva os policiais para jogar nas praias do Flamengo e do Leme a cada quinze dias, o esporte tem muitas semelhanças com o trabalho desenvolvido pelo batalhão.

“Em nosso quadro de trabalhos mensal temos previsto exercícios de força, praticados na água e em escadarias, por exemplo. O rúgbi, até o momento, é somente uma forma de fazer os policiais trabalharem na areia fofa", diz o preparador sobre a experiência ainda recente do Bope com o esporte.

Foto: Alice Assumpção / G1
Alice Assumpção / G1
Bope pretende federar alguns de seus homens. (Foto: Alice Assumpção / G1)

"O rúgbi, no entanto, tem tudo a ver com o trabalho do Bope, pois envolve ganho de terreno, é praticado em equipe e exige espírito de corpo e coragem, assim como nossas ações em favelas. Estamos começando um namoro para levar essa experiência adiante e formar um time”, completa ele.

Allblack brasileiro

A equipe do Bope ainda não está montada, mas já tem uniforme: o técnico da seleção brasileira, Pierre Paparemborde, mandou fazer uma camisa preta com o símbolo do batalhão e deve entregá-la aos policias quando vier ao Rio em março.

“Vamos formar o Allblack brasileiro”, diz o treinador ao comparar os policiais do Bope, que usam farda preta, com o melhor time de rúgbi do mundo, o neozelandês Allblack, ou em português, "tudo negro".

Para Pierre, os homens do Bope já estão fisicamente preparados para entrar num campeonato. “Pela parte física, até se o jogo fosse em uma semana, eles estariam bem para entrar em campo. É claro que, na parte técnica, eles ainda precisam melhorar”

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