sexta-feira, 4 de julho de 2008

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas ele e o pai saíram no fim de tarde para pegar peixes cuja pesca era liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Quando a vara de pescar mexeu, soube que havia algo enorme do outro lado da linha.


Finalmente, com muito cuidado, ele levantou o peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, mas era um dos peixes cuja pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe, que era muito bonito. O pai acendeu um fósforo e olhou o relógio. Eram dez da noite - faltavam duas horas para a abertura da temporada. O pai olhou para o peixe, depois para o menino, e disse para soltá-lo. O menino soube, pela clareza da voz do pai, que, mesmo sem ninguém por perto, a decisão não era negociável.


Isso aconteceu há mais de trinta anos. Hoje, aquele garoto é um arquiteto de sucesso. E ele estava certo: nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Mas ele sempre vê o mesmo peixe, repetidamente, todas as vezes que se depara com uma questão de ética.



Paráfrase de "A pescaria mais importante da vida", de James P. Lenfestey, do livro "Histórias para Aquecer o Coração dos Pais", Editora Sextante

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